Paremos a cumplicidade académica!

De Braga a Rafah, Palestina Vencerá!
Israel Assassina e a U.Minho patrocina!

Manifestação: 09h , em frente ao Hotel Meliã

Hoje, dia 20 de junho, começa a conferência internacional denominada “Aux Defense”, organizada pela Fibrenamics, em representação da Universidade do Minho, em conjunto com o Exército Português, no Hotel Meliã de Gualtar.

O projeto da Aux Defense é financiado pela República Portuguesa (Ministério da Defesa).

A Fibrenamics é uma entidade pertencente à universidade do Minho criada no sentido de agilizar a investigação e parcerias com empresas. A sua investigação é predominantemente na área têxtil. 

Durante os três dias do evento, participarão convidados internacionais ligados à European Defense Agency; Airbus Defence and Space, Germany; NTNU e Norwegian Defence Estates Agency, Norway; NATO HQ, Spain; Technion – Israel Institute of Technology, Israel;

Há várias edições que a Universidade do Minho organiza uma conferência da Aux Defense sobre materiais. Mais recentemente, a Fibrenamics tem sido a entidade que organiza em nome da universidade.

Denúncias da Comunidade Académica

A esta conferência, e às instituições envolvidas, seguem uma série de denúncias que despoletaram o nosso protesto:

Daniel Rittel, integrante do painel do evento, participou em estudos sobre criações de armaduras para tanques, estudos de balística em cimento, estudos sobre o desenvolvimento de minas. Mais recentemente tem publicado artigos sobre canhões de água e a sua letalidade.

Denunciamos as ligações de Daniel Rittel ao Technion – Israel Institute of Technology, uma das principais responsáveis pelo genocídio em Gaza. Repudiamos veementemente a presença de representantes deste politécnico Israelita na cidade de Braga, bem como o seu acolhimento pela Universidade do Minho.

No comité científico, destaca-se a presença de Haim Abramovich, também ele com ligações ao Technion – Israel Institute of Technology, que sem qualquer artigo submetido para a conferência tem o dobro do tempo dos restantes oradores.

Denunciamos a conduta da Universidade do Minho organizadora indireta deste evento, através de uma empresa sediada no seu campus de Azurém. Desta conferência militar, convidando Daniel Rittel e Haim Abramovich, ambos em representação do Technion, está assim a ser cúmplice do Genocídio em Gaza. 

Como membros da comunidade académica da Universidade do Minho, queremos ainda denunciar a participação e organização indireta da nossa academia, através da Fibrenamics, deste evento de teor militar, mostrar o nosso repúdio por qualquer complacência com o genocídio em curso, e a indignação pelas palavras morosas e levianas quanto ao massacre a decorrer. 

Desta forma, amanhã, dia 21, na Reunião do Conselho Geral, esperamos ver discutido no Conselho Geral, no Largo do Paço, um voto favorável à Palestina, uma condenação inequívoca ao genocídio a decorrer, e um comprimisso de ajuda humanitária. 

Apenas uma semana depois do posicionamento do Senado Académico perante o Genocídio Israelita em Gaza, que conclui que “a UMinho exprime a sua solidariedade com todas as vítimas do conflito na Faixa de Gaza, condenando, à luz do quadro de valores que é o seu, todos os responsáveis, estados e organizações, pelas ações conducentes ao sofrimento de inocentes.”.

Technion – Instituto de Tecnologia de Israel

Tem parcerias com a “Elbit Systems” e com a “Rafael Advanced Systems”, duas das maiores empresas de tecnologia militar e desenvolvimentos de armas israelitas;

Tem parcerias com o ministério da defesa, com instituições de investigação em defesa nacional, com o exército e com a força aérea;

Desenvolveu a função de controlo remoto para o infame bulldozer “D9” que é usado para demolir, de forma ilegal, casas pertencentes a palestinianas.

Durante a operação “escuto protetor” em Gaza (2014), esta instituição contribuiu diretamente com meio milhão de dólares destinados aos estudantes envolvidos na agressão;

Diretamente envolvida no desenvolvimento de armas usadas para assassinar civis palestinianos e libaneses;

Cursos de engenharia da universidade têm currículo dedicado ao desenvolvimento de tecnologia militar;

Curso “estratégia de defesa para os mercados internacionais” qualifica profissionais para venderem armamento israelita testado em palestinianos. 

Citações

“Atualmente, as universidades israelitas colaboram com as empresas de armamento israelitas, [como a Elbit] na investigação e desenvolvimento de tecnologia que é utilizada pelas forças armadas e pelo Estado de segurança israelitas.”
https://setentaequatro.pt/ensaio/universidades-em-israel-sao-uma-peca-fundamental-do-regime-de-apartheid

“Para esta edição da Aux Defense, a interação entre academia e indústria [militar] será altamente potencializada com sessões e atividades específicas.”, lê-se na página da Aux Defense.

Assinaturas de Coletivos solidários com o protesto:

– Coletivo de Estudantes pela Palestina U.Minho

– Academia Pela Palestina

– Grupo de Estudantes pela Palestina da Escola de Medicina da Universidade do Minho

– Estudantes do Porto em Defesa da Palestina

– Parents for Peace

– Coletivo pela Libertação da Palestina

– Comité de Solidariedade com a Palestina | BDS Portugal

– Guimarães Pela Palestina

– Braga Fora do Armário

– Chão das Lutas – Braga

– CIVITAS Braga

– Coletivo Ruptura

– Greve Climática Estudantil – Braga

– Núcleo de Braga do Grupo de Acção Conjunta contra o Racismo e a Xenofobia

– Rede de Apoio Mútuo de Braga

– União Libertária – Braga

– Extinction Rebellion – Porto