Marcamos hoje presença na Escola de Medicina às 18h
No âmbito da ação coordenada International Solidarity for Palestine com estudantes de vários lugares do mundo
Alertamos para a morte de profissionais médicos na Palestina e da dificuldade de acesso a tratamentos em Gaza nas últimas semanas
Perante toda a barbárie, a escola de medicina mantém hasteada uma bandeira de Israel na sua entrada
Esta semana será lançado um abaixo assinado pela remoção.
Perante toda a barbárie, a escola de medicina mantém hasteada uma bandeira de Israel na sua entrada
Alertamos para as mortes de profissionais médicos na palestina e da dificuldade de acesso a tratamentos em Gaza nas últimas décadas
Que as suas vidas não sejam esquecidas, através de todo e qualquer simbolismo disponível.
Lembremo-nos dos seus nomes, da sua dedicação, do seu juramento e persistência para a vida e dignidade humana. Mesmo quando lidavam com a morte das suas famílias, amigos, vizinhos
Para que nenhum povo em situação da calamidade seja esquecido.
Jamais permitamos que sejam desumanizados a ponto do seu extermínio.
As estudantes da Universidade do Minho, acampadas desde dia 28 de Maio, num dos complexos pedagógicos comuns do campus de Gualtar, marcaram hoje presença na escola de medicina, no âmbito de um protesto internacional.
Nas passadas duas semanas, várias estudantes, professoras e funcionárias da escola de Medicina contestaram a presença da bandeira de Israel, nas premissas do Campus, bandeira esta que está erguida na entrada do edifício da Escola de Medicina. Anunciam que estão conjuntamente a desenvolver um abaixo assinado pedindo a remoção da bandeira das premissas do Campus.
Foram colocadas numa árvore em frente à escola de medicina compressas de gaze médicas, com mensagens como “Gaza bleeds”, “all eyes on Rafah” e “modern 731” a tinta vermelha. As “compressas de Gaze” estão etimologicamente associadas à história da cidade; que sofre uma catástrofe humanitária há décadas. Adicionaram o nome de povos e regiões que também enfrentam situações de guerra, fome, genocídio.
Com um genocídio em curso na Palestina, as estudantes manifestam-se contra o “Medicídio” em curso contra profissionais de saúde Palestinianos e voluntários internacionais presentes como os Médicos sem Fronteiras ou pessoal das Nações Unidas e nesse âmbito, o coletivo distribuiu panfletos de profissionais mortos, começando pela doutora Sirin al-Attar que, com a filha, foi morta na semana que antecedeu ao ataque de 7 de outubro.
Apontam que a situação de grave crise humanitária é anterior a 7 de Outubro, relembrando também o dr. Ayman Abu al-Ouf, morto em 2021, e o hospital al-Waffa bombardeado sob os mesmos pretextos em 2014.
Procuraram consiciencializar para diversas catástrofes médicas que se têm sucedido, nos últimos anos, com particular ênfase em doenças infecciosas, bactérias multirresistentes, amputamentos e cancro bem como impedimentos aos tratamentos médicos, devido ao bloqueio, a Gaza, uma cidade históricamente portuária, e à limitação imposta sobre o consumo de eletricidade e água, pelo exército Sionista que tornou a região equiparável a um Ghetto.
Relembram, entre outros, os doutores Adnan al-Bursh e Mustafa Jawad Siyam que foram raptados, torturados e tomados reféns pelo estado Sionista, tendo o primeiro falecido como consequência direta da sua detenção no campo de concentração em Sde Teiman, exposto no passado mês por whistleblowers.
O coletivo considera que a medicina deve ser ética, desde a concepção de tratamentos. Um estado várias vezes exposto por testar medicamentos e material militar em prisioneiros e reféns palestinianos não deve ser considerado um pináculo da investigação. Situação em que incorre o estado de Israel.
Para além disso, alertam que dada a subnutrição, desidratação e restrições de movimento dos prisioneiros, os resultados podem não apresentar qualquer validade científica, sendo apenas um instrumento sádico da opressão, como aconteceu no Holocausto, concomitante ao genocídio praticado pelo Japão, que assolaram o mundo durante a Segunda Guerra Mundial. Chegando a unidade 731 a publicar estudos em chamado “macacos” (na verdade, seres humanos da Manchúria e Taiwan). Preocupam-se que, até em Portugal, esse discurso a favor de testagens compulsivas em prisioneiros se propague.
O coletivo informou que a Universidade do Minho, através do vice-reitor Eugénio de Campos, concedeu uma lista de seis projetos públicos da universidade (não das suas empresas) com Israel e empresas lá sediadas.
Comunicam que irão entrar em contacto com os gestores dos projetos.
Apesar disso, constatam que, através do portal base, já foram encontrados contratos de uma empresa britânica cujos diretores ou são Israelitas ou residem em Israel. Esses contratos não estavam na lista disponibilizada. Foi, no dia 31 de maio, enviado um email ao gestor de contrato e, em BCC, à provedora do estudante, com 17 questões com múltiplos subtópicos incisivos. As suas preocupações são alusivas à proteção de dados de alumini e do algoritmo da aplicação de busca de emprego e organização de eventos. Aguardamos a resposta.
No protesto internacional, encontram-se as universidades de Madrid (UCM, UC3M, URJC, UPM, UAM, UNED, UAH), em Espanha; a Universidade do Chile, em Santiago; a Universidade de Santiago de Compostela na Galiza; a Universidade da Carolina do Norte, em Charlotte; entre outras. Algumas das universidades revelaram interesse em semear uma planta por cada vítima deste genocídio, futuramente.
Para além disso, as estudantes alertam para 3 cartas abertas que estão a circular e louvam os conselhos ciencitificos e pedagógicos das escolas que têm tomado posições contra o genocídio em decurso. Agradecendo o apoio da EAAD (com mais de 260 assinaturas à data).Carta da EAAD disponível aqui: https://www.eaad.uminho.pt/pt/Paginas/CartaAberta.aspx
Noticiam que continuarão com conteúdos programáticos, como na passada semana, em que tiveram momentos de microfone aberto, concertos, karaoke e performances artísticas, oficinas criativas, uma conversa com duas pessoas Palestinianas, de Gaza e da Cisjordânia e um activista que viajou para a Cisjordânia recentemente.
Para a semana terão momentos como: um minuto de silêncio, uma mesa redonda sobre a democracia direta na educação e movimentos estudantis, uma assentada e uma conversa queer.
Irão ser também passados vários filmes sobre a Palestina e outros assuntos relevantes como a calamitosa situação a decorrer em Darfur, no Sudão.
As estudantes reforçam que estão solidárias com a libertação de todos os povos oprimidos. Que nenhum povo seja esquecido e desumanizado a ponto do seu extermínio.
Viva a Intifada Estudantil,
O coletivo,
Estudantes pela Palestina U.Minho.